Fazer arquitetura na periferia é um desafio mesmo quando você morou lá, tem noção de como as pessoas vivem, eu costumo pensar muito no assunto, e pra mim a faculdade não nos prepara pra tal desafio. As disciplinas em quase momento algum, nos levam a refletir sobre a casa popular, as construções informais, etc. Ao contrário, as nossas referências são projetos do Internacional Style, tão distantes da realidade das nossas cidades. É primeiramente um campo vastíssimo, pois encontramos poucos profissionais interessados em trabalhar em bairros populares. E com a melhoria de renda, ou não, a população desses bairros procura e necessita de assistência técnica para suas construções e reformas. A dificuldade principal é a possibilidade de pagamento, visto que sua renda não comporta os custos tradicionais de um projeto de arquitetura.
Ainda temos o projeto de Assistência Técnica Pública e Gratuita - o SUS da Arquitetura - fica muito mais no papel do que na realidade, visto que mais parece aqueles projeto tipo pizza que não conseguem englobar as diversas demandas dessa população. Ainda é preciso avançar muito nessa área, penso, criar uma metodologia de projeto. Já fiz algumas tentativas, frustradas, frustrantes do ponto de vista profissional, e umas poucas bem acertadas. Difícil, explicar as pessoas o método construtivo correto, as boas práticas na habitação, etc.
"Sancionada em 24 de dezembro de 2008, a Lei nº 11.888,
conhecida como lei da assistência técnica gratuita, está em vigor
desde junho de 2009. O normativo garante assistência técnica prestada
por engenheiros e arquitetos a quem mora no campo ou na cidade e quer
construir, reformar e ampliar, ou mesmo fazer a regularização fundiária
de casas com até 60m², localizadas em áreas de interesse social. Em
outubro do mesmo ano já começaram as inscrições de entidades
interessadas em participar do programa. Quem organiza a seleção de
projetos é o Ministério das Cidades."
Ver link Lei da Assistência Técnica
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